Pedro Abrunhosa Miscellaneous Dá-Me O Tempo Deita-te em mim, Descobre onde estás, Escuta o silêncio, Que o meu corpo te traz. Não me deixes partir, Não me deixes voar, Como um pássaro louco Como a espuma do mar. Sente a força da noite Como facas no peito, Como estrelas caídas Que te cobrem o leito. Tenho tantos segredos Que te quero contar E uma noite não chega, Diz que podes ficar. Dá-me o tempo, Dá-me a paz, Viver por ti não é demais. Dá-me o vento, Dá-me a voz, Viver por ti, morrer por nós. Enfim nós os dois, Os teus gestos nos meus, Perdidos no quarto Sem dizermos adeus. Adiamos a noite, Balançamos parados, Pela última vez Os nossos corpos colados. Sente a força que temos Quando estamos assim, Um segundo é o mundo Que nos separa do fim. Porque tens de partir Quando há tanto a dizer? Eu não sei começar, Não te quero perder. Refrão (Eu gosto das formas que tomas, Como o toque do cristal, E dos vidros, dos poemas, Da febre do metal) Refrão |
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